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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

4º Trimestre 2011 - Lição 4 – Como Enfrentar a Oposição à Obra de Deus


23 de outubro de 2011
Texto Áureo
Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles" (Ne 4.9). – Uma atitude focada no objetivo final não esmorece nem mesmo quando o inimigo se levanta com a ameaça de um ataque armado e de violência física. Nenhuma objeção pode parar aqueles que dão mais importância ao seu projeto do que à suas próprias vidas. O copeiro do rei nos legou uma preciosa lição de como proceder diante de qualquer oposição e dificuldade: oração e humildade na presença de Deus, Aquele que toma a vingança para Si: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.18-19), e: “Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.30,31).
Verdade Prática
Não devemos nos amedrontar com os que se opõem à obra de Deus, porque o Senhor está conosco e por nós batalha.
Leitura Bíblica em Classe
Neemias 4.1-9
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- IDENTIFICAR a oposição ferrenha dos adversários de Neemias;
- COMPREENDER a importância da união do povo de Deus diante da oposição; e
- SABER que a oração e a vigilância devem ser prioridades na vida cristã.
Palavra-chave
OPOSIÇÃO –
Caráter ou disposição do que se opõe; oposto; contrário.
Comentário
(I. Introdução)
A reconstrução dos muros de Jerusalém não é a história de uma única pessoa de sucesso. Os muros foram reconstruídos porque muitas pessoas se ajudaram entre si e trabalharam em conjunto (Ne 2.17,18). Iniciados os trabalhos de reconstrução, entusiasmados com as palavras de Neemias, os judeus enfrentam forte oposição imposta pelos descendentes de povos gentílicos que haviam sido colocados naquela terra anos antes por Esarhaddon (ou Esar-Hadom), rei da Assíria entre 681 a.C. e 669 a.C., quando os assírios levaram para o cativeiro o reino do norte, Israel, assim mesmo como faziam com todas as nações conquistadas a fim de dissuadir revoltas. Esses descendentes contraíram casamentos com israelitas que permaneceram na terra desolada e geraram estes que aqui são chamados de “povo da terra”. A sua oposição à reconstrução da Cidade Santa nos faz lembrar que, apesar do muito esforço e empenho na expansão do Reino de Deus, a Igreja sempre terá os adversários enfurecidos zombando e meneando a cabeça em oposição à obra do Senhor. Os fiéis constantemente enfrentam o escárnio e a zombaria pelo fato de procurar levar uma vida separada e reta em meio a uma geração corrompida. Neemias nos encoraja e fortalece; aqueles destemidos judeus provaram que quem se levanta contra a Igreja e o seu trabalhar na obra de Deus, na realidade é contra o próprio Deus que se levanta; “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). Nossa confiança e nossa resposta devem ser as mesmas de Neemias (Ne 2.20). Boa Aula!
(II. Desenvolvimento)
I. OPOSIÇÃO FERRENHA
1. A ira dos adversários. Os inimigos do pequeno grupo judeu opunham-se à reconstrução, zombaram e escarneceram, armaram-se e ameaçaram de fazer uso da força. Sua primeira reação foi de sarcasmo e de desprezo. Diante dos seus irmãos e do exército de Samaria, o governador Sambalate zombou dos que edificavam. “... Que fazem estes fracos judeus?” O pequeno grupo dos judeus não tinha poder militar como os seus vizinhos, e ele os desprezam por isso diante do seu próprio exército. Neemias venceu a oposição com oração, determinação e ação apropriada para provê segurança. São suas estas palavras: “... o Deus dos céus nos ajudará e por fim vindicará os justos” (Ne 2.20). [Sambalate (cujo nome é babilônio significa ‘Sin – o deus da lua – dá vida’) era o inimigo número um de Neemias. Ele estava vagamente alinhado com o Javismo, como pode ser percebido pelos nomes javísticos dados aos seus dois filhos. O horonita significa que ele provavelmente vivesse ao norte de Jerusalém, na cidade de Bete-Horon. Foi governador de Samaria pelo menos até 408 a.C. Tobias (cujo nome é misteriosamente javístico) era um amonita, o que indica que era pagão. Aparentemente era o colega mais novo de Sambalate. Gesém, o arábio, era, talvez, governador da província persa da Arábia, um pouco ao sul de Judá. Também pode ter sido um poderoso chefe tribal, vivendo como nômade, em áreas próximas às cidades, exatamente ainda como fazem os beduínos hoje em dia no oriente médio. Abraão era um chefe poderoso dessa natureza, capaz de reunir um exército suficientemente grande para resgatar reis vizinhos e seu povo (Gn 14).] [2].
2. A falsa acusação. Qual era exatamente as intenções de Sambalate ou o seu medo quando indaga: “Permitir-se-lhes-á isso?” Ele governava Samaria e talvez ambicionasse governar a Judéia também, mas a chegada desse remanescente prejudicou seus planos. Em tom de zombaria, indaga: “Sacrificarão?” As culturas daquela época costumavam sacrificar aos deuses para conseguir a sua ajuda em seus projetos. Sambalate é irônico, ele não cria no Senhor, o Deus de Israel. “Acabá-lo-ão num só dia?” Na sua ira, lança mão do desânimo apontando para o longo tempo que seria necessário para a conclusão da obra, na verdade, ele estava surpreendido com a grande disposição dos judeus para o trabalho. Como podemos aplicar isso hoje em nossa igreja local? Podemos desapontar o inimigo com a nossa disposição para o trabalho? Que o Eterno nos ajude nessa empreitada! É importante notar que quando Neemias clama ao Senhor e pede a Deus que julgue seus inimigos sem misericórdia, estava motivado por razões espirituais e em segundo plano, patrióticas. Para ele, os inimigos do povo de Deus eram inimigos de Deus. Para que esse projeto fosse bem sucedido, o povo tinha que combinar uma atitude correta com uma prática acertada. “Lembrai-vos do Senhor, grande e terrível” foi a exortação suficiente para produzir uma dedicação unânime, que os levou a trabalhar até muito depois do pôr do sol (Dt 24.15), quando as estrelas já brilhavam no céu. O muro da cidade tinha 2,5 Km de comprimento, cerca de 2,5m de espessura e representava um empreendimento prodigioso[1]. A união é indispensável para o sucesso de qualquer empreendimento.
3. A resposta à insinuação caluniosa. Neemias não discute com seus oponentes, prefere afirmar a soberania do Deus de Israel, declara que estes homens perversos não possuem mais nenhum direito cívico, legal ou religioso sobre Jerusalém. Ele estava respaldado pela legalidade! Uma obra grandiosa necessita de amparo legal! Não há como enfrentar a oposição maligna sem esta legalidade, quer seja espiritual, quer seja secular, ela não permitirá intimidação diante da oposição. Neemias possuía documentos legais que o autorizavam dar prosseguimento àquela empreitada. Assim, ele pode responder firmemente: “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos” (Ne 2.20).
Sinopse do Tópico (1)
Neemias não se intimidou diante da oposição, da ira e da falsa acusação de seus adversários.
RESPONDA
1. Quem era o cabeça da oposição a Neemias?
2. Qual foi a resposta de Neemias à insinuação caluniosa dos adversários?
II. A CRÍTICA DOS ADVERSÁRIOS
1. O conteúdo das críticas (Ne 4.1-3). Certamente aquele remanescente tinha conhecimento da sua fraqueza e pequenez diante da envergadura daquela engenharia e da oposição que se levantava contra eles por parte dos povos da terra. Certamente estes eram bons motivos para a dúvida sobre sua condição para concluir aquele grande projeto. O adversário pode até mudar suas estratégias, mas as armas empregadas são sempre as mesmas: o escárnio, o desânimo e o desespero. Não bastasse Sambalate, agora o amonita Tobias lança suas farpas: “Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra” (v. 3); ele estava afirmando que era inútil tanto esforço e tempo gastos em algo que certamente não progrediria. Via de regra, Satanás esboça estes mesmos questionamentos quando temos projetado algo a realizar, quer seja em prol do reino ou para nosso próprio proveito; quem nunca se perguntou quando diante da realização de algum projeto: ‘sou capaz?’; ‘Deus está aprovando?’, ‘valerá a pena?’. Não se esqueça: o adversário lança-nos contínuos dardos inflamados (Ef 6.16). Por isso, revistamo-nos da armadura de Deus (Ef 6.11).
2. Oposição ao culto a Deus. Não é segredo nenhum que o justo sofre oposição nesta vida. A corrupção dos maus alcança os inocentes e justos e leva estes a duvidar da justiça de Deus. Davi aborda este tema em seus salmos, em especial o 34, um dos Salmos acrósticos, escrito quando Davi fugia de Saul e se fingiu de louco na Filístia. O rei filisteu o teve por demente e o expulsou de sua presença, Davi viu nessa ação a mão de Deus operando em seu favor. Davi tem a preocupação de ensinar aos seus que Deus é justo e que os homens de coração reto procuram a justiça do Senhor. Neemias ora, possivelmente influenciado pelas palavras de Davi no Salmo 109, um chamado para que Deus julgue os inimigos da sua casa (Ne 4.1-5). Sendo Satanás o pai da mentira (Jo 8.44), deleita-se em lançar falsas acusações contra os servos de Deus, especialmente quando essas acusações podem enfraquecer a obra do Senhor. Certamente, na atual conjuntura evangélica brasileira, há muitos que se enquadram nas palavras de Tobias e prestam grande desserviço ao reino de Deus. Para estes, fica as palavras de Neemias: ‘Lembrai-vos do Senhor, grande e terrível’.
3. Crítica à união. Sabemos que nada nem ninguém pode impedir a obra do Senhor, mas muitas vezes somos negligentes quanto à legalidade; quantas rádios clandestinas são usadas para evangelizar? Quanta poluição sonora é produzida em nome da evangelização? Quantas coisas ilegais porém ‘não imorais’ são feitas em nome do reino? Não poderemos estar unidos nesse grande empreendimento enquanto não possuirmos ‘cartas e alvarás reais’ que nos autorizem levar essa obra adiante. Cristo orou ao Pai pedindo que fossemos um só, assim, o mundo seria impactado com o testemunho de que Cristo foi mesmo enviado pelo Pai (Jo 17.19-21). Esta união desejada por Jesus seria uma bênção para os crentes e um poderoso álibi para a declaração da autenticidade do Evangelho (Jo 17. 23-24). “... haverá um rebanho e um Pastor” (Jo 10.16). Fala-se muito atualmente em união de igrejas, aproximação das denominações, cooperação entre cristãos, unidade na diversidade, etc., sem se atentar ao que dispõe a Bíblia sobre a verdadeira união. Antes de nos unirmos, devemos ter em mente aquilo que Deus estabeleceu como a verdadeira unidade do corpo de Cristo (Jo 17.11, 20 e 21; 1Co 10.17; 12.13-14 e 19-20). Sempre haverá dissensões doutrinárias em nosso meio (Mt 13.30), e isso é necessário para que se sobressaiam os fiéis à sã doutrina (1Co 11.19). A união alcançada por aquele remanescente só foi possível pelo fato de Neemias seguia ‘Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.’ (Tt 1.9).
Sinopse do Tópico (2)
A união dos israelitas foi indispensável contra a crítica dos adversários e a oposição ao culto a Deus.
RESPONDA
3. De acordo com a lição, o que é indispensável para o sucesso de qualquer ministério?
4. Qual foi a atitude de Neemias diante da ação insistente dos inimigos?
III. A GUERRA CONTRA OS EDIFICADORES
1. Os inimigos se uniram (Ne 4.7,8). Os desafios que se desenrolam hoje diante de nós são semelhantes aos enfrentados por Neemias. Estes desafios nos levam a refletir sobre as estratégias que devemos adotar para vencê-los. Certamente, às vezes, o desânimo e a falta de coragem nos faz pensar em desistir. “A história da igreja nos mostra que os cristãos vivenciaram a sua fé diante de diversos inimigos no decorrer dos tempos. Estes inimigos forâneos usavam todo o poder que tinham para subverter a fé cristã tentando diminuir o seu alcance e a força da sua atração com ataques em forma de perseguições em todos os níveis. A história da igreja tem 21 séculos de lutas, muitas delas marcadas com a semente dos mártires – o sangue.” [3]. O evangelho é incompatível com o pensamento secular, não se coaduna com o quadro que se desenrola hoje na política, na educação e na sociedade em geral. Não vacilemos, os inimigos da fé cristã não são desordenados nem agem de maneira isolada, estão unidos como Sabalate, Tobias e Gesém, e articulam astutamente contra o progresso do evangelho. “…coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão ali” (4.8). Uma forte arma que ‘não falha’: a confusão. Aquela oposição infiltrou-se para intimidar e desestabilizar os construtores a fim de paralisar a reconstrução. O objetivo final era matar aqueles judeus (4.11). Confusão é o que não falta hoje quando o assunto é fé, doutrina, reino de Deus, e assim, o inimigo tenta desestabilizar a obra, agindo politicamente com projetos que vão contra a Palavra de Deus, na educação com conceitos humanistas, na mídia com o hedonismo... . Cuidemos para que conteúdos abomináveis da TV, internet e outras mídias, não venham destruir nossa fé.
2. Oração e vigilância. Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles” (Ne 4.9). É notável que Neemias não ficou somente no campo do ‘espiritual’, mas agiu, convocou o povo para orar e também para vigiar dia e noite, enquanto realizavam os trabalhos: “Pelo que pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos; e pus o povo, pelas suas famílias, com as suas espadas, com as suas lanças e com os seus arcos” (Ne 4.13). Ele armou e posicionou pessoas, agrupadas por família, em locais estratégicos dos muros e os encorajou a pelejarem por suas famílias. O equilíbrio entre fé e trabalho, oração e precaução, confiança e ação, pode ser visto de forma clara na atuação de Neemias.
Sinopse do Tópico (3)
Neemias, diante das táticas malignas dos inimigos, convocou o povo para orar e vigiar.
RESPONDA
5. Segundo a Palavra de Deus, contra quem é a nossa luta?
(III. Conclusão)
Neemias fez uma oração clássica incluindo adoração, confissão, lembrança do compromisso de Deus com seu povo e petição. Enfrentou os obstáculos com determinação e coragem, porque sabia que aquela luta não era sua, mas do Deus de Israel; a oposição não era ao remanescente, o desprezo dos povos vizinhos era pelo Deus de Israel. Neemias igualou o estado do muro ao estado da obediência do povo ao Senhor. Ele entristeceu-se, chorou e lamentou, na verdade, pela reputação de Deus. Agora, ele sobressai mais uma vez pela convicção de que Deus é o que peleja pelos seus. Não obstante isso, Neemias agiu de forma equilibrada: fé e trabalho, oração e precaução, confiança e ação. Precisamos urgentemente aprender a agir da mesma maneira.
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Francisco A Barbosa, auxilioaomestre@bol.com.br

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