Lições
Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e
Adultos
Título:
Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o
livra de todas
Comentarista:
Eliezer de Lira e Silva.
Consultor
Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração,
pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa
LIÇÃO
5
As
aflições da viuvez
29 de
Julho de 2012
TEXTO
ÁUREO
“Honra
as viúvas que verdadeiramente são viúvas” (1 Tm 5.3).
–
Viúvas verdadeiramente viúvas são aquelas que não têm parentes para cuidar
delas. As viúvas que estão sem família devem ser mulheres de oração, amor e
temor a Deus. Com essas mulheres, a igreja local tem uma responsabilidade
[1Tm 5.5,16].
VERDADE
PRÁTICA
A Igreja
de Cristo deve acolher, com amor e hospitalidade, toda pessoa vítima de
violência.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas
2.35-38; Tiago 1.27.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conceituar o estado da
viuvez.
- Descrever exemplos bíblicos de
viuvez.
- Destacar o aspecto social da
viuvez.
Palavra
Chave
Viuvez:
Estado
de viúvo ou viúva; sentimento de desamparo, privação e solidão. Homem a quem
morreu a mulher e que não contraiu ainda novas núpcias. Adjetivo: Que é viúvo.
[Figurado] Privado; desamparado; isolado; abandonado. [No Brasil]: O que fica só
num conflito de que os outros desertam.
COMENTÁRIO
introdução
Com esta
lição, damos seqüência ao estudo dos dramas sociais iniciados com a lição 4, a
que todo homem está sujeito, mesmo os regenerados pela graça divina. Como nas
lições anteriores, a viuvez, que é uma figura bíblica da exclusão social, do
desamparo gerado pela vida em sociedade, ao lado do órfão e do estrangeiro, é
fator que nos leva a demonstrar o amor de Deus e o amor ao próximo. Esta
situação, um processo natural da vida humana que pode ser vivenciada por todos
os homens, é uma oportunidade para que a Igreja demonstre que é portadora do
amor de Deus e que, por isso, ama o próximo. Hoje, trataremos de um ministério
muito importante para o equilíbrio e a harmonia dentro da igreja, do ponto de
vista material: a ajuda àqueles que não têm os meios necessários para a sua
subsistência, bem como, o acolhimento daqueles que estão à margem da sociedade.
Tenham todos uma excelente e proveitosa aula!
I. O
CONCEITO DE VIUVEZ
1.
Definição. A
palavra portuguesa Viúvo se
origina do Latim viduus, solitário, abandonado, vazio, que é como se
sente uma pessoa que foi acompanhada por outra por muito tempo e a perdeu. A
definição do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa é daquele
cujo marido ou esposa morreu, e ainda não casou de novo, e no
sentido figurado: que está ou se sente em desamparo, desconsolo, privação,
solidão. Juridicamente, é o cônjuge sobrevivente de uma sociedade
conjugal que se dissolveu com a morte do outro componente. Uma pessoa viúva
(Latim vidua) se caracteriza por estar vazia da companhia que durou vários anos.
E é este vazio o causador de dramas sociais que poderão afetar a vida, trazendo
sofrimento, desespero, solidão. No Antigo testamento, é utilizado o termo
hebraico almanah (אלמנה) com o mesmo significado da língua portuguesa. No
NovoTestamento, encontramos o termo grego chera (χήρα), cuja raiz tem
origem em uma palavra que indica deficiência e que, além de significar o que
perdeu o cônjuge, também tem o significado de uma cidade despida de seus
habitantes e de suas riquezas, ou seja, traz, também, a idéia de desamparo. A
viuvez é o estado social e psicológico de um cônjuge quando da perda do outro e
não tenha contraído outras núpcias.
2.
Exemplos nas Escrituras. A
viuvez nas Escrituras era um problema de gravidade monumental. Geralmente as
viúvas nesse período eram negligenciadas, ignoradas e esquecida. Ser viúva era
estar fadada ao esquecimento e ignomínia a não ser que tivesse um filho ou um
parente que a remisse. Por essa razão é que tanto o AT quanto o NT dão forte
ênfase a se demonstrar bondade para com as viúvas e ajudá-las em suas aflições.
Tiago diz que “a religião pura e imaculada consiste em visitar os
órfãos e as viúvas em suas tribulações” (Tg 1.27). Na Bíblia Sagrada, dois
exemplos de superação da viuvez são dignos de menção:
a) A
profetisa Ana. Não
sabemos muita coisa a respeito da profetisa Ana (heb., hanah, significa
“graça”), mas sabemos que o Senhor quis que a conhecêssemos falando sobre ela em
apenas três versículos. Ali, Ele colocou o necessário para vermos nela uma
mulher de Deus, fiel e dedicada a Ele. Ela é mencionada unicamente no
Evangelho segundo Lucas, onde se relata que era filha de Fanuel e seria
pertencente à tribo de Aser, o oitavo filho de Jacó, o segundo pela ama de Lia,
Zilpa (Gn 30.13; 35.26). Informa também que ela era viúva e tinha vivido com o
marido apenas por sete anos, não se afastando do templo e servindo a Deus em
jejuns e orações, de dia e de noite (Lc 2.37). Quando José e Maria
apresentaram Jesus no templo de Jerusalém para ser circuncidado ao oitavo dia,
conforme o costume da lei mosaica, Ana teria sido uma das pessoas que, assim
como Simeão tiveram o privilégio de ver de perto a vinda do Messias ao mundo.
Ana era uma verdadeira viúva, correspondendo à descrição que Paulo faz em 1Tm
5.3-5: pessoa do sexo feminino, que vive desamparada, pobre, mas que espera e
persevera de noite e de dia em oração. Não sabemos como seu cônjuge faleceu mas
podemos imaginar o sofrimento de Ana, os dias tristes e sombrios que ela teve
que enfrentar. Sendo uma serva de Deus, certamente, ela depositou no altar do
Senhor todos estes sentimentos e pediu a Ele o Seu
conforto.
b) A
viúva de Sarepta. Sarepta
era uma pequena cidade costeira fora das fronteiras de Israel, entre Tiro e
Sidom. Está dentro do território da Fenícia, de onde veio a terrível rainha
Jezabel,
rainha
do rei Acabe, que introduziu ativamente a adoração de Baal em Israel. Naquela
época pensava-se que os deuses pertenciam a uma cidade ou região específica. Bem
no próprio centro da adoração de Baal, Deus fez conhecidos Sua presença e Seu
poder. Por toda região, no reinado de Acabe, houve uma grande seca. Por três
anos e seis meses nem uma gota sequer de água caiu do céu. Esta seca fora
predita pelo profeta Elias, que perseguido por corruptos governantes, se refugia
junto ao ribeiro de Querite. Elias ficou em Querite, sendo sustentado pelos
corvos até o riacho secar. Em seguida, Deus usou a necessidade do profeta para
alcançar uma mulher na distante Sarepta. A viúva, lá fora, ajuntando lenha para
fazer uma última refeição para si mesma e para o filho, imediatamente reconheceu
Elias como um crente em Deus. O texto não diz o que foi, mas algo a fez saber
que Elias era um adorador do Senhor.
Esse é o
propósito divino para a mulher ou o homem que se encontra na mesma condição:
servir e honrar a Deus independentemente das circunstâncias (Mc 12.41-44; 1 Tm
5.5).
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
O conceito
da viuvez se aplica quando do estado social e psicológico do cônjuge que sofre a
perda do outro.
II. O
ASPECTO SOCIAL DA VIUVEZ
1. O
desamparo na viuvez. O estado
de “viuvez” não se circunscreve apenas a um estado civil, decorrente da
dissolução do casamento pela morte do cônjuge, mas tem, em si mesma, a idéia de
desamparo, de falta de companhia, de solidão, de extrema perda que faz com que a
pessoa fique desolada, desamparada, sem ajuda, o que era extremamente
compreensível nos tempos bíblicos em que a mulher que, tendo se casado, perdia
seu marido, passava a viver uma situação extremamente precária, já que a mulher
dependia do marido para sobreviver numa sociedade em que não se dava à mulher
qualquer oportunidade de buscar, por si mesma, o seu sustento. A viuvez, sem
dúvida alguma, traz para o seu portador não só carências econômico-financeiras,
pois, ainda que hoje em dia a mulher esteja inserida no mercado de trabalho, não
resta dúvida de que a perda do cônjuge produz abalo significativo na renda
familiar (até porque são as necessidades econômico-financeiras que levam ambos
os cônjuges a trabalhar na atualidade), mas, também, um estado psicológico
adverso, pois se trata da perda de alguém que se amava e com quem se decidiu
formar uma vida em comum. Assim, ao lado de todo o abalo produzido pela morte,
já objeto de estudo na lição 3 deste trimestre, temos ainda esta carga
socioeconômica.
2. O
amparo da Igreja. 1
Timóteo 5 define a viúva verdadeira como aquela que está desolada, confia em
Deus, etc., que é encargo da igreja sustentar aquelas que são verdadeiramente
viúvas. Segundo Paulo, verdadeiramente viúva é aquela que não tinha
família para lhe amparar, com mais de 60 anos, que tenha sido fiel ao seu
marido, zelosa pelo lar e pela vida cristã (v.4-5, 9-10). Tiago fala sobre a
importância de mostrar fé ativa e obediente, e de deixar a palavra de Deus
entrar nas profundezas do coração, exige mudanças radicais na vida do discípulo.
Entre outras exortações, ele descreveu bem a religião que agrada a Deus: A
religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os
órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do
mundo (Tg 1.27). Através da Bíblia, órfãos, viúvas e pobres são as pessoas
que mais necessitam da bondade dos servos de Deus, e cada discípulo deve estar
pronto e disposto a ajudar. Como defende Paulo em Efésios 4.28, o verdadeiro
crente deve organizar-se para ter o que repartir com os
necessitados.
Muitos
são os textos bíblicos que chamam a atenção da igreja local para atuar
socialmente junto às viúvas (Dt 24.19; 26.12,13; Sl 67.6; Is 1.17; 1 Tm 5.16).
“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os
enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada
coisa é dar do que receber” (At 20.35). Para superar a aflição
psicológico-afetiva adversa que acompanha o estado de viuvez, faz-se mister que
cooperemos para que esta sensação de solidão e de desamparo seja mitigado entre
os viúvos, fazendo que com se relacionem conosco nos momentos de alegria e de
confraternização, não os deixando sós, mas os incentivando e os estimulando a
travar relacionamentos fraternos com os seus irmãos, com os que com eles
convivem. O tratamento com dignidade não envolve apenas o exercício da
filantropia, com a entrega de recursos mínimos para a sobrevivência material da
viúva, ou atitudes que envolvam a viúva nos relacionamentos sociais, minorando a
sua solidão, mas também requer o tratamento diante de seus direitos, o
reconhecimento de sua cidadania. As viúvas devem ser honradas na Casa do Senhor.
Tal amparo não pode ser apenas de palavras, mas de ação social, psicológica e
espiritual.
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
O estado
existencial da viuvez denota o desamparo social da viúva. Logo, a igreja local
tem a função de ampará-la nesse processo.
CONCLUSÃO
A viuvez
é um estado social que abarca milhares de pessoas. É um processo natural da vida
humana. Algumas pessoas lidam bem com esta nova realidade, mas outras têm a
insegurança existencial que paralisam a sociabilidade e a espiritualidade da
vida. A Bíblia
apresenta a viúva como uma pessoa necessitada em termos de proteção e sustento,
e que deve ser honrada e respeitada. Conquanto seja uma situação sobremodo
aflitiva, a viuvez, como a exclusão social, deve ser um motivo para
reconhecermos a soberania de Deus, bem como experimentarmos o Seu imenso amor
para com a humanidade. Se virmos esta situação sob este ponto-de-vista e como o
Senhor, apesar de ter ceifado a vida do cônjuge, quer Se manifestar no
tratamento desta questão teremos mais uma razão para adorá-lo e bendizê-lo.
Basta fazermos o que Ele nos ensina em Sua Palavra.
N’Ele,
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina
Grande, PB
Julho de
2012,
Francisco
de Assis Barbosa
Cor mio
tibi offero, Domine, prompte et sincere.
EXERCÍCIOS
1. Segundo
a lição, defina viuvez.
R. A viuvez é
o estado social e psicológico de um cônjuge quando da morte do outro. Assim,
viúva é a mulher cujo esposo faleceu e, no entanto, não voltou a contrair novas
núpcias. Tal princípio é o mesmo em relação ao homem.
2. Que
problemas sérios podem se desenvolver na vida do viúvo?
R. 2. É
superar a solidão que, advinda do luto, pode comprometer a vida da viúva ou do
viúvo.
3. Cite
exemplos bíblicos de superação da viuvez.
R. A profetisa
Ana e a viúva de Sarepta.
4. De
acordo com a lição, qual é o melhor procedimento para superar a dor da
viuvez?
R. A viúva ou
o viúvo no Senhor deve servi-lo ainda que a sua condição não seja das
melhores.
5. Como
deve proceder o viúvo cristão?
R. Os viúvos
jamais devem se entregar à solidão e ao isolamento, mas viverem a vida que é o
dom de Deus.
Fonte:
auxilioebd.blogspot.com
auxilioebd.blogspot.com
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