Lições
Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título:
Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o
livra de todas
Comentarista:
Eliezer de Lira e Silva.
Consultor
Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
LIÇÃO
02
A
enfermidade na vida do crente
8
de Julho de 2012
TEXTO
ÁUREO
“O
Senhor o assiste no leito da enfermidade; na doença, tu lhe
afofas1
a cama”
(Sl 41.3 - ARA). 1-
o restauras; renovas. Este Salmo, o Sl 55 e o Sl 109 descrevem a traição feita
por amigos e são citados no Novo Testamento em referência a Judas Iscariotes (Lc
22.21-23). Compare Sl 41.9 com Zc 11.12 e 13 – Relato detalhado da traição ao
Messias.
VERDADE
PRÁTICA
Deus
nem sempre cura as nossas enfermidades, mas concede-nos forças para que, mesmo
no leito de dor, continuemos a glorificar o seu nome.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Isaías
38.1-8
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar
a
origem das enfermidades;
- Discutir
a
respeito das principais doenças da vida moderna; e
- Conscientizar-se
do
que devemos fazer diante da dor e do sofrimento.
Palavra
Chave
Enfermidade:
Doença, ou outra causa que produza fraqueza.
COMENTÁRIO
introdução
Nessa
lição, veremos que pessoas santas e fiéis ao Senhor padeceram por causa de
doenças e enfermidades, mas pela fé receberam forças para vencer o sofrimento.
Nós, os pentecostais, pregamos insistentemente que Jesus continua curando hoje.
Cremos que Deus cura ainda hoje em resposta às nossas orações. Qual é o crente
não foi alvo de uma cura? Ou que não ouviu testemunhos de crentes que estiveram
doentes e foram curadas?. Contudo, sabemos que apesar de todas as orações,
pedidos e súplicas que possamos fazer a Deus quando ficamos doentes, é um fato
inegável que muitos continuam doentes e até enfrentam a morte. Há um ensino
nefasto impregnado em nosso meio que afirma que o crente fiel está livre das
enfermidades, pois, dizem eles, Cristo já levou todas as nossas enfermidades e
que se alguém enfermar, isso é fruto de algum pecado não confessado ou até mesmo
uma seta maligna. Para muitos crentes, aqueles que adoecem e não são curados é
porque lhes falta fé em Deus. Não é verdade que todos os que se encontram
enfrentando doenças -- sem exceção -- estão nesse estado porque pecaram contra
Deus, ficaram vulneráveis aos demônios ou não têm fé suficiente para conseguir a
cura. É justamente por desconhecer o que a Palavra de Deus realmente ensina
acerca disso que muitos evangélicos que enfrentam enfermidades, entram numa
crise de fé e alguns até, decepcionados com a “não cura” ou com a morte, passam
a não crer mais em nada e abandonam a fé. Outros, ainda, podem até permanecer,
mas marcados pela dúvida e incerteza. Hoje, o nobre comentarista da lição nos
leva a entender o que a Bíblia nos ensina: mesmo homens de fé podem enfrentar
enfermidades! Boa aula!
I.
A ORIGEM DAS ENFERMIDADES
1.
A queda e as enfermidades. A
Bíblia possui muitos exemplos de homens de fé que, embora fies ao Senhor,
ficaram doentes ou até enfrentaram a morte em virtude dessas enfermidades. O
profeta Eliseu padeceu de uma enfermidade que o levou a morte: “E Eliseu
estava doente da enfermidade de que morreu...” (2Rs 13.14); Timóteo,
discípulo de Paulo, foi recomendado a usar um remédio caseiro para minorar seu
problema estomacal e enfermidades frequentes: “Não bebas mais água só, mas
usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes
enfermidades.” (1Tm 5.23); Paulo, ao fim de seu ministério, fala acerca da
enfermidade de um amigo que ele mesmo não conseguiu curar: “Erasto ficou em
Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto.” (2Tm 4.20); Paulo mesmo padeceu
sob enfermidade designada por ele como “espinho na carne”. Não é o caso
indagarmos se estes homens oraram e suplicaram e Deus não os atendeu. Paulo
mesmo afirma que sobre isto orou mas continuou a padecer do seu mal (2Co
12.7-9). Também podemos mencionar Epafrodito, que ficou gravemente doente quando
visitou o apóstolo Paulo: “... [Epafrodito] esteve doente, e quase à morte;
mas Deus se apiedou dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não
tivesse tristeza sobre tristeza.” (Fp 2.26-27). Ainda poderíamos elencar o
caso Isaque, que sofria da vista quando envelheceu, a ponto de não saber
distinguir entre Jacó e Esaú: “...como Isaque envelheceu, e os seus olhos se
escureceram, de maneira que não podia ver ....” (Gn 27.1). Esses e outros
exemplos mostram que homens de Deus, fiéis e santos, foram vitimados por
enfermidades. As enfermidades são consequência direta do rompimento da relação
entre Deus e o homem caído, embora isso não signifique que toda vez que uma
pessoa adoece é porque está em pecado. As enfermidades podem ser originadas das
seguintes causas: O pecado original – Rm 5.12; O pecado pessoal não confessado –
Tg 5.14-16; Jo 5.14; 1Co 11.30; Sl 32 e 38; Ingerência de Satanás – Jó 1 e 2; Lc
13; Desobediência aos mandamentos de Deus – Ex 15.26; Dt 28); Inobservância das
leis naturais de Deus – higiene, cuidado com o corpo, alimentos, sono, etc;
Problemas naturais – Catástrofes, acidentes, terremotos, enchentes; Epidemias –
dengue, etc; Vícios e vida desregrada – álcool, fumo, drogas, sexo
irresponsável, ansiedade; Castigo de Deus – Dt 28; Manifestar a glória de Deus –
João 9 e 11.
2.
Provados pelas enfermidades. Sabemos
que Deus pode fazer o mal transformar em bem para cumprir os seus propósitos (Jo
9; 11; 1Sm 1.5,6; Rm 8.28) e cremos que Ele pode utilizar as enfermidades, que
são em si mesmas um mal, para trazer uma lição para nós. ‘E na enfermidade que o
homem lembra-se que é pó, quando a maioria de nós vive como se não fosse morrer.
Muitos crentes estão vivendo como se a terra fosse o seu lar eterno. Planejam e
projetam para o futuro, como o rico insensato como se tivessem uma apólice
vitalícia de vida e nunca tivessem que prestar contas. Uma doença grave, às
vezes, faz muito para que este engano seja desfeito. “Põe em ordem a tua
casa, porque morrerás e não viverás” (2Rs 20.1). As enfermidades nos
condiciona a certas obrigações que deveriam ser uma constante em nossa vida
crista: necessidade de viver constantemente preparado para encontrar-se com
Deus; necessidade de viver constantemente em prontidão para suportá-la com
paciência; e necessidade de constante prontidão para ajudar os nossos
semelhantes a enfrentarem a doença.
3.
Enfermidades de origem maligna. As
enfermidades podem ter como origem a Ingerência de Satanás (Jó 1 e 2; Lc 13),
lembrando que, agora somos filhos de Deus e que o inimigo não possui autoridade
para nos tocar (1Jo 3.2). O maligno, com todas as suas forças, artimanhas e
maldade, pode atingir os nossos corpos, como atingiu Jó, mas nunca poderá vencer
aos novamente nascidos (1Jo 5.18). Jamais poderá tocar na alma (Mt 10.28) dos
escolhidos e salvos.É Deus quem nos guarda! Lembremo-nos, irmãos, que o Diabo,
inimigo das nossas almas, pode tentar-nos, provar-nos, mas nunca acima daquilo
que podemos suportar (1Co 10.13).
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
Deus
não criou o homem para enfermar ou morrer. A enfermidade é consequência direta
do rompimento da relação entre Deus e a humanidade.
II.
AS DOENÇAS DA VIDA MODERNA
1.
Depressão.
É comum as pessoas confundirem depressão com tristeza. Contudo, existe uma
grande diferença. A medicina psicossomática vê o homem como uma unidade
que sente e sofre de maneira global - Nós somos um ser integral( Lc 2.52):
somático, social, intelectual e espiritual. Sentir-se abatido de tempos em
tempos é algo normal que faz parte da vida. Mas quando o vazio e o desespero
tomam conta da vida, tornando-se permanente, afetando a motivação e o sentido da
vida, talvez seja depressão. Quando se está deprimido, as coisas parecem
inúteis, sem sentido. O crente não está livre de senti-se e passar por altos e
baixos no humor. A tristeza é uma reação normal às situações de vida, tais como
lutas, perdas, derrotas e decepções. Apesar de muitas pessoas usarem o termo
“depressão” para explicar estes tipos de sentimentos, a depressão é muito mais
do que tristeza. A depressão pode ser descrita como “viver num buraco negro” ou
ter um sentimento de desgraça constante. Seja qual for o sintoma, a depressão é
diferente da tristeza normal ou da simples desmotivação, na medida em que anula
o seu dia-a-dia, interferindo com a sua capacidade de trabalhar, estudar, comer,
dormir e divertir-se. Os sentimentos de desamparo, desesperança, inutilidade são
intensos e implacáveis, com pouco ou nenhuma alívio.
2.
Síndrome do pânico.
A síndrome do pânico é uma condição mental que faz com que o indivíduo tenha
ataques de pânico esporádicos, intensos e muitas vezes recorrentes. Pode ser
controlado com medicação e psicoterapia. É importante ressaltar que um ataque de
pânico pode não constituir doença (se isolado) ou ser secundário a outro
transtorno mental. É um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem ataques
repetidos de medo intenso de que algo ruim aconteça de forma inesperada. A causa
é desconhecida A genética pode ser um fator determinante. Pesquisas indicam que,
se um gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro gêmeo também desenvolverá o
problema em 40% das vezes. No entanto, a síndrome do pânico em geral ocorre sem
que haja nenhum histórico familiar. A síndrome do pânico é duas vezes mais comum
em mulheres do que em homens. Os sintomas normalmente começam antes dos 25 anos,
mas podem ocorrer depois dos 30. Embora a síndrome do pânico ocorra em crianças,
ela normalmente não é diagnosticada até que as crianças sejam mais
velhas[1];[2]. Qualquer tipo de pressão é vencida quando tudo é relatado ao
Senhor em oração (Fp 4.6).
3.
As doenças psicossomáticas.
As doenças psicossomáticas são provocadas por distúrbios emocionais, como
estresse, depressão e descontroles dos processos mentais. Essas doenças se
diferem das doenças orgânicas. Estes problemas emocionais são responsáveis pelo
desenvolvimento de sintomas que provocam danos no corpo humano como, diarreia,
herpes, enxaqueca, reumatismo, úlcera, etc. O nosso corpo expressa as emoções
através de algumas manifestações físicas como calor, dores de barriga,
travamento dos dentes, etc. As doenças psicossomáticas podem se desenvolver,
tornando-se uma doença grave, qualquer pessoa pode ter esta doença. A mente e o
corpo formam um sistema único e os mecanismos inconscientes são muito presentes
nesta ligação. Por isso é comum a sensação inicial de que os sintomas “vieram de
repente”, “ou não existir nenhum motivo para que os sintomas aparecessem”. É
difícil para um paciente com gastrite identificar quais podem ter sido as causas
emocionais de desencadeamento de uma nova crise. A ansiedade e a irritabilidade
são sentimentos comuns nos quadros psicossomáticos, e há uma tendência a
identificar e culpabilizar eventos externos pelo problema, aumentando a sensação
de impotência diante das dificuldades[3]. Orar e meditar na Palavra de Deus
também é uma forma eficiente de cuidado com a saúde (Pv
4.20-22).
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
O
crente fiel não está imune a depressão, síndrome do pânico ou as doenças
chamadas psicossomáticas.
III.
O QUE FAZER DIANTE DA DOR E SOFRIMENTO
1.
Não culpar ou questionar a Deus. O
homem foi criado para gozar a felicidade. Ninguém gosta de tristeza, de
sofrimento, de dor. Contudo, é útil meditarmos sobre nossa atitude diante do
sofrimento e da dor, entender que o sofrimento está presente no mundo em
múltiplas formas e manifestações, e que não podemos fugir dele de forma alguma.
O que fazer diante das pessoas que sofrem, e como reagir diante do nosso próprio
sofrimento? Se Deus não deseja que o homem sofra, por que permite o sofrimento?
São perguntas que, provavelmente, nunca terão uma resposta que nos deixe
totalmente satisfeitos. A Bíblia nos diz que o sofrimento é uma realidade da
existência que começou a existir no Universo por causa do pecado (Gn 3.16-18). A
palavra hebraica traduzida por dor nessa passagem é ‘itstsebõn, uma forma
do verbo ‘ãtsav, que quer dizer “lesar”, “perturbar” e “afligir”. O termo
refere-se tanto à dor física quanto à emocional. Deus criou o mundo perfeito,
mas o pecado provocou desordem - “De que se queixa, pois, o homem vivente?
Queixe-se cada um do seus próprios pecados” (Lm
3.39).
2.
Confiar em meio à dor. “Ainda
que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu
estás comigo [...] (Sl 23.4 — ARA)”. O Salmo 91 fala que Deus promete nos
guardar, mas Jesus também disse, citando Deuteronômio 6.16, que não devemos
tentar a Deus (Mt 4.7). O simples fato de estarmos no mundo faz com que
estejamos sujeitos a sofrimentos. Portanto, devemos ser precavidos. O fato de
sermos crentes em Cristo não nos torna, por exemplo, imunes a todas as
consequências de nossos erros. Não podemos quebrar deliberadamente leis
naturais, flertarmos constantemente com o perigo, dar ocasião ao mal e acharmos
que Deus é obrigado a nos livrar de todos os males decorrentes dessa nossa
atitude.
3.
A espera de um milagre. É
bom lembrar que há sofrimentos em nossa vida que são permitidos por Deus para
que sejamos de alguma forma, amadurecidos. Não que sejam resultados de pecados
ou negligência nossa, mas foram permitidos por Deus para um fim proveitoso.
Jesus ensinou acerca de deficiências para a glória de Deus. Isto é, deficiências
que não foram provocadas por atitudes nossas ou de alguém, mas permitidas por
Deus para moldar o nosso caráter ou para depois serem debeladas pelo poder
divino com o objetivo de produzir acréscimo de fé nas pessoas, principalmente em
quem recebe a cura (Jo 9.1-3). Portanto, a partir dessas verdades, passamos a
ter uma visão correta sobre Deus e a vida em meio ao sofrimento, e a lidar
diferentemente com as nossas dores. O homem sem Deus desconhece o seu futuro,
mas o crente tem a certeza da vida eterna e sabe que o Todo-Poderoso jamais nos
deixará: “O Senhor conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para
sempre” (Sl 37.18). Deus é soberano e sabe o que faz. Se Ele permite que algumas
tragédias aconteçam, há uma razão para isso. Confiemos em Seu amor, em Sua
justiça e em Sua sabedoria.
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
A
dor e o sofrimento não devem nos afastar de Deus, mas devem servir para que
aprendamos a confiar ainda mais no Senhor.
CONCLUSÃO
É
normal alguém se precipitar e afirmar que um crente pode estar sofrendo uma
adversidade intensa específica ou passar por alguma morte trágica devido a algum
pecado não confessado – assim como os “amigos” de Jó. O Mestre amado ensina-nos
que não nos compete julgar se foi castigo de Deus ou não. Deus realmente pesa
sua mão para punir o pecador impenitente, disso podemos elencar vários exemplos
no Antigo e no Novo Testamentos que o comprovam. Não obstante isso, não está em
nossa esfera fazer esse tipo de julgamento. O que cabe a nós hoje, é nos
compadecer pelos que se encontram em sofrimento. A Bíblia inclusive afirma que
“aquele que se alegrar na calamidade não ficará impune” (Pv 17.5). É
conveniente, anda, salientar que uma das características bíblicas dos
verdadeiros servos de Deus é “chorar com os que
choram”.
N’Ele,
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina
Grande, PB
Julho
de 2012,
Francisco
de Assis Barbosa,
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