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domingo, 15 de maio de 2011

Coroa de frade: uma especialista em captação de água de chuva

O Semiárido brasileiro, com quase 900.000 km², é ocupado pela caatinga, único bioma exclusivamente nacional. Em grande parte do ano não chove, por isso o solo é seco e duro. Quando chove, muitas vezes vem um aguaceiro rápido e a terra só molha a superfície, o suficiente para garantir a molhação das plantas coletoras. Um dos principais exemplos de planta coletora de chuva é o cacto denominado Coroa de frade ou Cabeça de frade, que mantém sua estrutura fixa à terra por algumas raízes profundas, mas mantém a maior parte das raízes espalhadas bem próximas à superfície do solo, até mesmo sobre a terra, coberta por folhas secas ou embaixo de pedras ou madeira em decomposição, onde consegue em pouco tempo captar a água deixada pelas chuvas rápidas.  
A coleta da água não pode demorar, pois logo em seguida à trovoada, o sol aparece e a umidade evapora, não havendo mínimas precisões de quando ocorrerão as próximas chuvas. Com isso, a coroa de frade se garante e enquanto outros vegetais ainda sofrem com escassez de água ela já consegue exibir seu verde vistoso. Isso acontece graças às suas raízes, que em uma planta adulta chega a ter um metro de comprimento para todas as direções, coletando assim a água de uma área de aproximadamente 3 m². Essa capacidade de adaptação que a planta desenvolveu no decorrer da evolução, faz desse cacto arredondado um dos seres vivos mais apropriados a viver em condições adversas, por essa razão, no Semiárido encontramos a espécie até mesmo em fissuras de pedras, caracterizando a Coroa de frade, como um dos vegetais menos exigentes quanto ao solo e à umidade. 
A Coroa de frade, cujo nome científico é Melocactus Zehnteri, ganhou esse nome pelo formato semelhante a uma cabeça e à inflorescência parecida com a coroa de um frade franciscano. Pequeno e arredondado, com altura de até 30 cm, possui espinhos pontiagudos nas bordas dos gomos que formam o tronco e suas flores são formadas no chapéu vermelho e cilíndrico sobre o tronco verde. No Semiárido, o cacto chega a ser usado na alimentação animal e até mesmo na produção de iguarias, como o doce, com sabor muito agradável. No entanto, o uso dessa planta em larga escala poderá pôr em risco a perpetuação da espécie, sendo necessário medidas como o replantio. 
O plantio da Coroa de frade e outras plantas da caatinga é uma das ações do Projeto Recaatingamento com Comunidades Agropastoris e Extrativistas, uma iniciativa do Irpaa, com patrocínio da Petrobras, que está acontecendo em comunidades dos municípios de Sento Sé, Sobradinho, Casa Nova, Juazeiro, Curaçá, Uauá e Canudos, todos localizados no Semiárido da Bahia.


Fonte: Irpaa

Publicado por: Geraldo José às 07:00

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