José Alencar morre aos 79 anos, em SP

O ex-vice-presidente da República José Alencar morreu nesta terça-feira, aos 79 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na Capital paulista, desde ontem à tarde, após sofrer nova obstrução intestinal. Sua luta contra um câncer no abdome começou em 1997. Desde então, já foi submetido a 17 cirurgias.
Pela manhã, o médico Raul Cutait havia informado que Alencar estava sedado e sendo tratado à base de medicamentos. O ex-presidente estava acompanhado por familiares e, segundo o médico, "se preparava para descansar".

Biografia — José Alencar Gomes da Silva nasceu em 17 de outubro de 1931 no lugarejo de Itamuri, município de Muriaé, na Zona da Mata mineira. Aos 14 anos de idade, deixou a casa paterna para trabalhar de balconista numa loja de armarinhos da cidade.

Pouco tempo depois, transferiu-se para Caratinga, onde continuou a trabalhar de balconista. Aos 18 anos, emancipado pelo pai, estabeleceu-se como comerciante com a lojinha "A Queimadeira". Ali se vendia de tudo um pouco: tecidos, calçados, chapéus, guarda-chuvas, sombrinhas, armarinho, etc.

Depois de "A Queimadeira", Alencar foi viajante comercial, atacadista de cereais, dono de fábrica de macarrão, atacadista de tecidos e industrial do ramo de confecções.

Em 1967, em parceria com o empresário e deputado Luiz de Paula Ferreira, fundou em Montes Claros a Companhia de Tecidos Norte de Minas - Coteminas, hoje um dos maiores grupos industriais têxteis do país.

Na condição de empresário, José Alencar dedicou-se também às entidades de classe empresarial, tendo sido Presidente da Associação Comercial de Ubá, Diretor da Associação Comercial de Minas, Presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e Vice-Presidente da Confederação Nacional da Indústria.

José Alencar candidatou-se ao governo de Minas Gerais em 1994 e, em 1998, elegeu-se senador por Minas Gerais com quase três milhões de votos.

Finalmente, em 2002, compôs a chapa do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, elegendo-se vice-presidente da República. Na função, ficou famoso pelas constantes críticas às taxas de juros praticadas pelo Banco Central brasileiro.